Como incentivar a prática esportiva entre Crianças e Adolescentes
8 de dez. de 2024
Como incentivar a prática esportiva entre crianças e adolescentes
É comum no consultório ouvir de pais que os filhos não praticam nenhuma atividade física. Quando escuto esses relatos, oriento que algumas decisões sobre a vida das crianças não devem partir exclusivamente da vontade delas, pois ainda não têm maturidade suficiente para fazer essas escolhas sozinhas.
Antes de seguirmos, gostaria de compartilhar uma breve lista dos benefícios cientificamente comprovados da prática esportiva, pois conhecer esses pontos torna nossa conversa mais significativa:
1. Melhora da saúde cardiovascular
2. Aumento da força e resistência muscular
3. Controle do peso corporal
4. Melhoria da saúde mental
5. Desenvolvimento da coordenação e habilidades motoras
6. Fortalecimento dos ossos e articulações
7. Aumento da capacidade cognitiva
8. Promoção de habilidades sociais e emocionais
9. Regulação do sono
10. Fortalecimento do sistema imunológico
Dessa forma, cabe aos responsáveis definir e negociar certos aspectos, com base no que consideram correto. Como defensora do esporte, acredito que praticar uma atividade física é essencial e inegociável, dado os benefícios listados acima.
Por outro lado, a escolha da modalidade pode e deve ser negociável. As opções nas escolas e entre as atividades mais populares são limitadas, o que nem sempre permite encontrar algo que realmente agrade a criança. Muitas vezes, essa limitação gera uma impressão errada de que ela “não leva jeito para o esporte”, fazendo-a acreditar que praticar atividades físicas “não é para ela”. Sabemos, no entanto, que praticar algo que traz prazer é fundamental para o envolvimento e a continuidade.
Gosto de iniciar a conversa com pais e pacientes lembrando que, nas Olimpíadas, existem 45 modalidades esportivas, muitas das quais nem imaginamos praticar. Por isso, podemos analisar cada esporte, levando em conta as preferências e necessidades da criança e do adolescente. Por exemplo, se a criança gosta de água, esportes aquáticos, como natação, remo e canoagem, podem ser uma ótima opção. Se há necessidade de desenvolver habilidades de cooperação, esportes coletivos, como basquete, rugby ou vôlei, são boas possibilidades.
Para começar a busca, sugiro que, caso a família seja sócia de um clube, verifique as opções oferecidas para crianças experimentarem diferentes modalidades. Nas cidades, geralmente também há centros esportivos com atividades gratuitas ou de baixo custo, além de academias, escolinhas de esportes, escolas de dança e projetos sociais.
Sugiro iniciar com aulas experimentais — e mais de uma! Participar de uma única aula não oferece oportunidade real para a criança se envolver e conhecer a modalidade.
Por fim, compartilho um conselho que vale até para os adultos: não precisamos esperar a “vontade” para praticar. Sair do sofá, que nos traz prazer imediato, pode ser difícil no início, mas devemos levantar e ir, mesmo que sem muita vontade. A prática gera bem-estar, e, com o tempo, o hábito se torna mais fácil. O que não vale é desistir; encontrar algo que nos dê prazer pode levar tempo, mas a recompensa é grande.
Por: Natália Souza
CRP: 06/110383
Psicóloga Clínica Educacional e Esportiva, especialista em crianças e adolescentes