Fases do Luto
5 de jul. de 2024
Todos nós inevitavelmente passaremos pelo luto, por isso, esse texto você irá nos ajudar a entender um pouco sobre as fases do Luto na ótica da psiquiatra suíça-americana Elisabeth Kübler-Ross, baseadas no seu livro "Sobre a Morte e o Morrer" (1969), onde ela descreve cinco estágios distintos que as pessoas geralmente passam ao enfrentar a perda. Esses estágios não são necessariamente lineares e podem variar em duração e intensidade de uma pessoa para outra. E os estágios são:
Negação
Negação é a primeira reação a uma perda significativa. Nesta fase, a pessoa pode ter dificuldade em aceitar a realidade do que aconteceu. A negação serve como um mecanismo de defesa temporário, ajudando a amortecer o impacto imediato da perda. Pensamentos comuns nesta fase incluem:
"Isso não pode estar acontecendo."
"Não acredito que isso seja real."
A negação pode se manifestar de várias formas, desde a recusa em falar sobre a perda até a evitação de qualquer coisa que lembre a pessoa falecida ou a situação traumática.
Raiva
Após a negação, a raiva surge como uma resposta natural à dor da perda. A raiva pode ser direcionada a si mesmo, a outros, ou até mesmo ao falecido. Este estágio é crucial porque, embora doloroso, permite que a pessoa comece a processar as emoções associadas à perda. Pensamentos comuns nesta fase incluem:
"Por que isso aconteceu comigo?"
"Isso é injusto."
"Quem é o culpado por isso?"
A raiva pode ser expressa de maneiras diversas, incluindo irritabilidade, frustração e ressentimento.
Barganha
No estágio da barganha, a pessoa começa a tentar encontrar sentido ou uma forma de evitar a realidade da perda. Este estágio frequentemente envolve pensamentos hipotéticos e "e se". A barganha é uma tentativa de retomar o controle sobre a situação e minimizar a dor. Exemplos de pensamentos nesta fase são:
"Se eu tivesse feito isso de maneira diferente, talvez isso não tivesse acontecido."
"Eu faria qualquer coisa para ter essa pessoa de volta."
É comum nesta fase que a pessoa volte no tempo e revise os eventos que levaram à perda, tentando imaginar um desfecho diferente.
Depressão
A depressão é uma fase em que a pessoa começa a confrontar a realidade da perda e a reconhecer a magnitude de sua ausência. Este estágio é marcado por tristeza profunda, vazio e, por vezes, desespero. Pensamentos comuns nesta fase incluem:
"Não sei como vou seguir em frente."
"A vida nunca mais será a mesma."
A depressão no contexto do luto é uma resposta natural e necessária. Pode incluir sintomas como choro, insônia, perda de apetite e falta de interesse em atividades anteriormente prazerosas.
Aceitação
Aceitação é o estágio final, onde a pessoa começa a encontrar uma maneira de viver com a perda. Isso não significa que a pessoa está "bem" ou que esqueceu a perda, mas que encontrou uma forma de seguir em frente. Nesta fase, a pessoa começa a reorganizar sua vida e encontrar novos propósitos. Pensamentos comuns nesta fase incluem:
"Isso aconteceu e eu preciso seguir em frente."
"Posso encontrar uma forma de viver minha vida apesar desta perda."
A aceitação traz um senso de paz e possibilidade de reconstrução. A pessoa pode começar a fazer planos para o futuro e a se engajar novamente em atividades significativas.
É importante lembrar que o luto é uma experiência altamente individual e que as pessoas podem passar por esses estágios em ordens diferentes e por diferentes períodos de tempo. A compreensão desses estágios pode ajudar tanto os enlutados quanto aqueles que os apoiam a navegar pelo difícil processo de lidar com a perda. Se o luto se tornar debilitante, buscar ajuda de um profissional de saúde mental pode ser uma medida importante para promover a cura e o bem-estar.
Se você entende que está vivenciando o luto e se encontra em uma dessas fases descritas acima, entendendo que precisa de ajuda para lidar com essa situação, não hesite em procurar e ter o auxílio de um profissional qualificado para isso.
Davi Garbi | Psicólogo